Diante de habilidades e recursos necessários ao networking, como os CIOs estão mantendo o bom relacionamento entre equipe de trabalho, clientes e parceiros após um grande período de contato virtual, no qual já nos acostumamos a misturar o presencial e o on-line? O que permanecerá como prática válida após a volta das atividades rotineiras da forma tal como eram feitas antes da pandemia? Acompanhe o que dizem alguns CIOs.
Gerenciamento de equipes
Uma das habilidades apontadas como a mais importante no gerenciamento de equipes durante a pandemia foi a empatia. De acordo com a pesquisa “Empathy in Business Survey”, realizada pela consultoria EY entre 1ª e 12 de julho de 2021 com quase 2 mil empregados do Estados Unidos, cerca de 90% dos trabalhadores do país acreditam que a liderança empática leva a uma maior satisfação no trabalho e 79% concordam que diminui a rotatividade de funcionários. O vice-presidente da EY Americas, Steve Payne, comentou no estudo que “a empatia não é apenas algo bom de se ter, mas é o acelerador para a transformação na próxima era dos negócios.” Como os CIOs gerenciam os times durante e pós-isolamento?
O estudo mostra que a maioria dos entrevistados (54%) deixou o emprego anterior porque o chefe não demonstrava empatia em relação às suas lutas no trabalho comparado a 49% que disseram o mesmo em relação às suas vidas pessoais. Agência EY.com
O gerente de TI do Grupo SH Brasil, Salatiel Leite, comenta sobre a liderança em uma equipe híbrida. Segundo ele, o time o de desenvolvimento web permaneceu no modelo mesclado e, mensalmente, há encontros presenciais para abordagem de processos em desenvolvimento e debates sobre temas atuais, como IA, Segurança de TI, Machine Learning, RPA, além de compartilhamento de informações sobre tecnologia e experiencias vivenciadas. A experiência de Tiago Pavan, diretor de TI da Prefeitura de Criciúma, com sua equipe continua 100% no presencial. Contudo, ele conta que, durante a pandemia, muitas ações foram realizadas para atender ao momento, como aulas online, reuniões remotas, home-office etc. “As reuniões remotas que não eram tão praticadas (mesmo já havendo tecnologia suficiente para isso) passaram a ser mais utilizada devido ao processo de culturização gerado. Sendo assim, reuniões com fornecedores ou outros órgãos acabam sendo on-line, gerando otimização de tempo e economicidade de gastos públicos”, explica.
Prós e contra dos encontros virtuais
Para Jorge Cordenonsi, CIO Brasil e América Latina da GRSA Compass, a pandemia mudou muito sua rotina de networking. “Passei a usar Teams, Zoom, Skype, WhatsApp e outras ferramentas virtuais. Aumentou muito a quantidade de grupos em WhatsApp e, com isso, a comunicação e networking foi diretamente afetada. Participei de happy hours, festa junina e reuniões de networking no formato virtual. Numa fase da pandemia, eu abandonei completamente a participação em reuniões e eventos presenciais. Atualmente, os estou retornando e feliz em poder encontrar as pessoas.”
Tiago comenta que, como profissional, sempre atribuiu muita importância ao networking, fazendo questão de que sua equipe também realize a prática. Dessa forma, ele procura participar de diversos eventos de áreas de seu interesse e fomentar que sua equipe faça o mesmo. “O início da pandemia pegou todos de surpresa, fazendo com que não houvesse eventos durante um determinado período, até que as empresas promotoras se deram conta de que fosse possível realizar eventos em formato on-line, e isso acabou suprindo uma necessidade inicial”, comenta.
O diretor de TI da Prefeitura de Criciúma enumera vantagens e desvantagens dos encontros remotos. No aspecto positivo, estão a economia com despesas de viagens e tempo de deslocamento, bem como a possibilidade de participação de mais membros da equipe em cada evento. Sob um ponto de vista negativo, estão a falta de foco dos encontros, a dificuldade de imersão e networking raso, superficial ou simplesmente inexiste. “O fato é que houve muitos eventos on-line, entretanto, nem todos agregavam, pareciam simplesmente maneiras desesperadas de se aproximar do público sem se preocupar em gerar engajamento, tornando-se cansativos.”, opina Tiago.
Na visão de Salatiel, o isolamento obrigou a buscar formas de adaptação à nova realidade, principalmente no âmbito profissional. Assim, compartilhar experiências e dificuldades se tornou algo essencial para as empresas sobreviverem. “Se antes possuir uma boa rede de contatos era um diferencial, atualmente fazer networking é uma questão de sobrevivência. Acredito que os meios mais importantes, que contribuíram diretamente para o networking no período da pandemia e pós-pandemia, foram as redes sociais. No meu caso, ficou irrelevante visitas presenciais no intuito de fazer benchmarking em instituições do mesmo segmento que atuo”, ressalta.
Práticas válidas networking
Jorge Cordenonsi pensa que o modelo híbrido será um sobrevivente das práticas do isolamento social, porém, com a predominância do presencial para eventos com o foco em relacionamento. Ele conta que aprendeu muito sobre o tema durante a pandemia, mas nada substitui o relacionamento humano em um encontro cara a cara. Ele revela que fortalece seu networking por meio da participação efetiva em grupos de profissionais e executivos, além de redes de contatos especializadas nas áreas e temas de meu interesse. “Acho que a prática de ter um modelo híbrido é saudável e que merece ser sempre analisada para cada evento ou oportunidade de networking.”
Tiago argumenta que ambos os meios (presencial e online) são válidos, entretanto devem estar bem planejados por ambas as partes: quem promove e quem participa. Para ele, os meios online vão permanecer sem que os presenciais deixem de existir. “Os meios podem se complementar, empresas como a IT4CIO [Atualmente 4Network] tem feito isso de forma interessante, sempre buscando ofertar conteúdos relevantes e gerar engajamento durante eventos online e continuando a ofertar eventos presenciais periodicamente.”
Para estruturar e manter uma boa rede de contato, a sugestão de Salatiel é “buscar sempre conectar-se com profissionais do mesmo segmento e que venha agregar conhecimento, estando presente em eventos, congressos e fóruns, sejam eles on-line ou híbridos, além de buscar fazer parte de comunidades ou associações nas quais venham ser abordados e discutidos interesses em comum”, destaca o gerente de TI grupo SH Brasil.
Fonte: it4cio.com